Fotos: Arquivo Pessoal
Alegre e comunicativa. Assim, Raquel Francelina Mariano da Rocha Bandeira de Mello, 75 anos, foi descrita pela família. A quarta dos 12 filhos do fundador da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), José Mariano da Rocha Filho, e de Maria Dias Mariano da Rocha, era mãe do médico Rafael, 47 anos, da educadora física Daniela, 45, e da também médica Juliana, 38, Raquel foi casada por quase 50 anos com o médico Amilton Barro Bandeira de Mello, 78.
Os dois se conheceram ainda em idade escolar. Mello a acompanhava no caminho da escola para casa. Quando completou 15 anos, Raquel convidou o amado para a festa. Desde então, não se separaram mais.

- Faríamos aniversário de casamento em 3 de julho. Estávamos programando algo para comemorar. Uma festa mais em família ou uma viagem, não havíamos decidido. A Raquel era minha base. Quase todas as viagens que fizemos, dentro do Brasil e no Exterior, era ela quem programava. E, em qualquer lugar que fossemos, tínhamos que passar pelos planetários - recorda o marido.
Raquel teve uma neta, Alice, 5 anos, que era o xodó da avó. Mesmo morando em outra cidade, ela e a neta estavam costumavam manter contato frequente por um aplicativo de troca de mensagens.
Formada em Geografia pela Federal, Raquel foi, por 25 anos, a diretora e fundadora do planetário da universidade e deu aulas no Departamento de Geociências da UFSM. Raquel também deu nome ao Museu Interativo Astronômico, criado em 1998, que funciona no segundo andar do planetário. Raquel também foi a primeira mulher no Brasil a ser diretora de um planetário.
- Antes de eu dormir, ela recitava poemas de estrelas e constelações para mim. A mãe também fazia um bolo de chocolate delicioso. Não esqueço o cheiro nem o gosto. Era único. Nas festas de aniversário, eu a ajudava a preparar os brigadeiros também. Ela era uma grande companheira - emociona-se a filha mais nova, Juliana.
Raquel também costumava frequentar a Basílica Nossa Senhora Medianeira. Nos momentos livres, ela cuidava do jardim, que mantinha florido em frente à casa onde vivia, em Santa Maria.
À família, Raquel deixa um legado de companheirismo, humildade, solidariedade e de batalhar pelo que se deseja conquistar. Ela também ganhou várias homenagens como diretora do planetário, entre elas, uma placa da inauguração do planetário, que Raquel recebeu das mãos do governador da Província de Corrientes, na Argentina, Adolfo Najavas Artaza (na época) e honra ao mérito universitário.
Raquel sofreu um infarto fulminante em casa, na manhã de 21 de janeiro. Ela chegou a ser socorrida e encaminhada ao Hospital de Caridade, mas não resistiu. A ex-diretora do planetário foi cremada no Crematório Cristo Rei, em São Leopoldo, em 22 de janeiro.
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As informações sobre falecimentos podem ser enviadas para [email protected] ou pelo telefone (55) 3213-7122